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Foto do escritorPaula Mizuki Kamei

CPAP vs BiPAP: Diferenças, Indicações e Benefícios na Ventilação Não Invasiva.




O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) e o BiPAP (Bilevel Positive Airway Pressure) são duas formas de ventilação não invasiva utilizadas no tratamento de distúrbios respiratórios. Ambos os dispositivos utilizam pressão positiva para manter as vias aéreas abertas, mas com diferenças significativas no funcionamento e nas indicações clínicas.

 


Diferenças Principais:


CPAP (Continuous Positive Airway Pressure)


  • Funcionamento: O CPAP fornece uma pressão positiva contínua e fixa durante todo o ciclo respiratório. Essa pressão ajuda a manter as vias aéreas superiores abertas, prevenindo o colapso e melhorando a ventilação alveolar.

  • Indicações: É principalmente indicado para pacientes com apneia obstrutiva do sono, mas também pode ser utilizado em situações de insuficiência respiratória aguda e edema agudo pulmonar cardiogênico (EAP), entre outras patologias.

  • Benefícios: O CPAP tem mostrado reduzir a mortalidade em comparação ao tratamento padrão, diminuindo a necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI) em patologias cardiopulmonares agudas. Além de ser uma terapia auxiliar na reabilitação e manutenção após internações prologadas. Eficaz em manter uma pressão constante, o que ajuda a estabilizar a respiração, especialmente durante o sono em distúrbios do sono como a apneia obstrutiva.



BiPAP (Bilevel Positive Airway Pressure)


  • Funcionamento: O BiPAP oferece dois níveis de pressão positiva – uma para a inspiração (IPAP) e outra para a expiração (EPAP). Essa variação de pressão facilita a respiração, aumentando o volume de ar e a capacidade pulmonar, enquanto reduz o esforço respiratório.

  • Indicações: É utilizado em casos de hipoventilação alveolar e doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), entre outras condições. O BiPAP é preferido quando  há a necessidade de ajustar a pressão entre inspiração e expiração, a depender da patologia em reabilitação e quando apresenta dificuldade em tolerar a pressão constante do CPAP.

  • Benefícios: O BiPAP é mais confortável para pacientes com dificuldade respiratória grave, pois a variação de pressão facilita a respiração, garante volumes e capacidades pulmonares e reduz o esforço respiratório.

 

Efeitos Adversos Comuns:


  • Ressecamento nasal: Pode ocorrer devido à pressão do ar constante, especialmente se a umidificação não for adequada.

  • Desconforto facial e lesões cutâneas: As interfaces dos dispositivos (máscaras) podem causar desconforto e até lesões na pele.

  • Pneumotórax: Embora raro, esse efeito adverso pode ocorrer, especialmente com pressões mal ajustadas.

  • Adaptação difícil: Alguns pacientes têm dificuldade em se acostumar com a terapia de pressão positiva, o que pode levar à não adesão ao tratamento.

 

Considerações Importantes:


  • Orientação Profissional: O uso de CPAP e BiPAP deve sempre ser supervisionado por um profissional de saúde, que fará a titulação adequada das pressões com base nas necessidades clínicas do paciente.

  • Acompanhamento Regular: O acompanhamento com fisioterapeuta e o médico e ajustes periódicos são essenciais, pois as condições do paciente podem mudar ao longo do tempo.

 

Conclusão:

A escolha entre CPAP e BiPAP depende das características do paciente e das condições respiratórias específicas. Ambos os dispositivos desempenham papéis cruciais no tratamento de distúrbios respiratórios, melhorando a qualidade de vida e os resultados clínicos, mas devem ser escolhidos e ajustados de acordo com as necessidades terapêuticas de cada indivíduo.

 

 

Referências:

  SILVA, G. A.; PACHITO, D. V. Abordagem terapêutica dos distúrbios respiratórios do sono: tratamento com ventilação não-invasiva (CPAP, BiPAP e Auto-CPAP). Medicina (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 39, n. 2, p. 212-217, 2006.

  CARVALHO, W. B.; JOHNSTON, C. Efeitos da ventilação não-invasiva com pressão positiva no edema agudo de pulmão cardiogênico. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 52, n. 4, p. 187-201, 2006.

  PONTES, S. M. M. et al. Influência do modo ventilatório nos efeitos adversos agudos e na termografia da face após ventilação não invasiva. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 43, n. 2, p. 87-94, 2017.

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